domingo, 12 de agosto de 2007

Eu quero trabalhar!

- Olha a pimenta, só paga um real.
- Folha de alumã, carqueja, mata barata..., só paga um real.
Tudo correndo dentro da normalidade na Feira de São Joaquim, as pessoas fazendo compras, os vendedores gritando puxando os clientes, quando de repente:
- Sujou! Lavem o RAPA, esconde tudo, guarda logo as coisas.
- Ninguém corre, fica todo mundo onde ta que nós vamos remover todo mundo e apreender as mercadorias.
- Calma moço, eu vim de muito longe pra vender minhas coisas, e tenho dois filhos em casa pra dar algo de comer.
- Não lhe perguntei nada. Eu to fazendo meu trabalho, apenas me obedeça.
Alguns ambulantes se queixam, gritam, mas não adianta, eles levam algumas mercadorias e mandam o resto dos ambulantes se retirarem.
- Porra! O que vai ser de mim agora? Meus filhos vão comer o que em casa?
- Como te disse esse é meu trabalho, vá se queixar com o secretário ou o prefeito.
- Vocês são todos sem coração, imagine se vocês tivessem no meu lugar? Como fariam para alimentar seus filhos?
- Minha filha não enche muito meu saco pra eu me retar e te da logo umas tapas.
- Além de levar nossas mercadorias, ainda ameaçam de bater na gente. Que país é esse?
- Isso é o Brasil, melhor ainda Salvador, vocês não votaram nele, agora sofram as conseqüências.
É, tudo que parecia ser mais uma manhã de trabalho, na qual os trabalhadores levariam um trocado pra casa e alimentariam seus filhos, se transformou numa “tragédia”.
O Brasil já vive uma situação tão difícil em relação ao mercado de trabalho e quando a pessoa que trabalhar ainda acontece uma coisa dessas. As famílias acabam se desestruturando com todo esse sistema covarde no nosso país.

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