O verde em Salvador está com dias contados

Na capital baiana quase que não se ver mais áreas verdes. Grandes obras mal projetadas e que visam, apenas, o bolso dos empresários acabam com a nossa Mata Atlântica Salvador foi mal planejada ainda quando estava no papel, e agora com o passar do tempo, e o assunto aquecimento global em alta, autoridades pensam em se preocupar com o verde.

Ontem foi discutido mais uma vez na Câmara Municipal o PDDU – Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Em entrevista coletiva a secretária municipal do Planejamento, Kátia Carmelo, falou dos problemas na operacionalização do PDDU. O documento que planeja reorganizar o desenvolvimento urbano da cidade, além de permitir a construção de prédios de até 15 andares na orla marítima, libera também a urbanização na Avenida Paralela.
A avenida é um dos maiores corredores de Mata Atlântica da cidade, ficando atrás de reservas como a do Parque da Cidade e da Reserva da Mata dos Oitis – fornecedor de plantas para urbanização e arborização da cidade em locais que não tem. O plano pode até ser que traga benefícios, mas, apenas, para uma parcela mínima da população.

Para a secretária não há saída para o crescimento da cidade se não a verticalização. Para onde crescer mais sem destruir as áreas verdes. Os soteropolitanos no verão já sofrem com o verão quente, imagine sem as arvores? A formação de ilhas de calor é inevitável.

A versão revisada do PDDU só deverá ser votada até o ano que vem ou em até dois anos, mas se a população interferir poderá se repensar em alguns pontos do plano. A população baiana já reclama do calor, imagine se ficarmos “no centro” prédios o ano todo?

Deu zebra na cabeça

Quem nunca sonhou com um bicho e no outro dia saiu correndo procurando uma banca de bicho para fazer uma aposta? Pois é, essa velha rotina da população acabou ontem. A Polícia Federal da Bahia interditou 33 casas de bingo, videopôquer, jogo de bicho e cerca de 600 caça-níqueis na capital baiana. Para quem pensou em fazer à boa e velha fézinha, teve que guardar seu trocado.

A Operação Aposta reuniu cerca 180 homens da PF da Bahia e Sergipe foram apreendidos, sete cofres, duas máquinas para sorteio, 50 computadores e dezenas de pilhas de documentos, que serão analisados nos próximos dias, para ai, sim, sair o inquérito e expedir mandado de prisão dos donos das casas.

Para o superintendente da PF na Bahia César Nunes, já existem provas para, pelo menos, dois crimes: contrabando e fraude contra a economia popular. A operação foi elaborada após investigações realizadas pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Estado da Bahia (MPE-BA), a partir de documentos obtidos durante a Operação Sexta-Feira 13, que culminou com o fechamento temporário de bingos na capital baiana em 13 de setembro de 2002.

A partir daí, os promotores de justiça e procuradores da República iniciaram a apuração, resultando no processo em que o MPF pediu a expedição dos 33 mandados de busca e apreensão.

Para aqueles que estão acostumados em comprar menos pães para suas casas ou deixar de fumar seu cigarro para apostar nos jogos de azar, vão agora procurar outra forma de gastar o seu “trocado”. As bancas de jogos de bicho agora estavam até tendo outra serventia: colocar crédito no celular. Pena! As pessoas podiam colocar valores mínimos, a partir de R$1. Azar para aqueles que pegam toda moeda e colocam de crédito para não ficar sem falar.

Teve gente até que deve ter sonhado com uma zebra e deve ter procurado alguma banca para fazer a aposta, mas por um “azar” teve que voltar para casa e se lamentar.

Violência na capital baiana

Uma onda de violência invade a cidade de Salvador. Na semana passada uma chacina apavorou os moradores do Calabetão, na qual uma família foi morta brutalmente dentro de seu lar. O jovem Paulo Rodrigo Rodrigues, 18 anos, sua mãe Aurina Rodrigues Santana, 49, e seu padastro Rodson da Silva Rodrigues, 29, estavam dormindo quando foram abordados por três homens encapuzados dizendo que estavam cobrando uma dívida.

Agora com menos de uma semana do triplo homicídio no Calabetão, um grupo de 12 homens encapuzados fuzilaram clientes de um bar no Bairro da Paz. Após a revista a procura de drogas e armas, os homens obrigaram os clientes do bar a deitarem no chão e fuzilaram os mesmos.

Os baianos costumam sempre dizer que o Rio de Janeiro é violento e a Bahia se encaixa em que nível de violência? Pessoas de bem, morrem enquanto dormem em seus lares. A mídia insiste em dizer que a polícia estar fazendo um bom trabalho, mas os acusados das chacinas são as pessoas que nós confiamos para fazer nossa segurança.

Será que podemos confiar nos agentes da lei? Na primeira chacina os acusados de cometerem o triplo homicídio foram policias militares 48ª CIPM (Companhia Independente de Polícia Militar). A família tinha feito uma acusação de uso excessivo da força no dia 21/05 e desde esta data a mesma vinha sofrendo perseguições e ameaças de morte pelos policias, segundo os vizinhos. Na segunda, os supostos policiais estavam a procura de armas e drogas, mas nada encontraram e por isso mataram as pessoas ali presentes. A população em ambos os casos esta sem entender nada, apavorada e muito apreensiva, pois as pessoas que foram assassinadas eram pessoas de bem.

Eu quero trabalhar!

- Olha a pimenta, só paga um real.
- Folha de alumã, carqueja, mata barata..., só paga um real.
Tudo correndo dentro da normalidade na Feira de São Joaquim, as pessoas fazendo compras, os vendedores gritando puxando os clientes, quando de repente:
- Sujou! Lavem o RAPA, esconde tudo, guarda logo as coisas.
- Ninguém corre, fica todo mundo onde ta que nós vamos remover todo mundo e apreender as mercadorias.
- Calma moço, eu vim de muito longe pra vender minhas coisas, e tenho dois filhos em casa pra dar algo de comer.
- Não lhe perguntei nada. Eu to fazendo meu trabalho, apenas me obedeça.
Alguns ambulantes se queixam, gritam, mas não adianta, eles levam algumas mercadorias e mandam o resto dos ambulantes se retirarem.
- Porra! O que vai ser de mim agora? Meus filhos vão comer o que em casa?
- Como te disse esse é meu trabalho, vá se queixar com o secretário ou o prefeito.
- Vocês são todos sem coração, imagine se vocês tivessem no meu lugar? Como fariam para alimentar seus filhos?
- Minha filha não enche muito meu saco pra eu me retar e te da logo umas tapas.
- Além de levar nossas mercadorias, ainda ameaçam de bater na gente. Que país é esse?
- Isso é o Brasil, melhor ainda Salvador, vocês não votaram nele, agora sofram as conseqüências.
É, tudo que parecia ser mais uma manhã de trabalho, na qual os trabalhadores levariam um trocado pra casa e alimentariam seus filhos, se transformou numa “tragédia”.
O Brasil já vive uma situação tão difícil em relação ao mercado de trabalho e quando a pessoa que trabalhar ainda acontece uma coisa dessas. As famílias acabam se desestruturando com todo esse sistema covarde no nosso país.